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sábado, 8 de junho de 2013

A 10 de Junho comemora-se o quê, mesmo???


Comemora-se a 10 de Junho, como todos sabemos ou deveriamos saber, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. 
Comemoremos, pois então, aquilo que temos hoje para comemorar:

Comemoramos um Presidente da República que pouco fala e, das vezes que fala, mais lhe valia estar calado. Um Presidente que se ofende quando um jornalista lhe chama palhaço (com desprestígio para a classe circense), mas assobia para o lado perante tudo o que dele se diz no caso BPN. Talvez por ser, em ambos os casos, verdade. 
Um Presidente que atribui à intervenção divina de "Fátima" a aprovação de um qualquer exame da Troika. Um Presidente a quem 12.000,00€ mensais de reforma não chegam para as despesas, mas que abençoa os cortes nas reformas de misérias. 
Comemoramos um Primeiro Ministro absolutamente incapaz de governar, agarrado ao poder como um puto à saia da mãe e incompetente até na hora de se demitir. Escuda-se na legitimidade do voto democrático que o elegeu, mas recusa-se a ouvir a voz que vem das ruas e que democraticamente pede a sua demissão. É que nem ouvidos dá aos conselhos do pai.
Comemoramos um Primeiro Ministro que quer despedir 30 mil funcionários públicos, com a desculpa da reestruturação dos serviços do Estado, mas que em apenas 2 anos de governação já fez mais de 4.400 nomeações, sendo já o Primeiro Ministro que mais combateu o desemprego... dos amigos. E dos amigos dos amigos.
Comemoramos um Primeiro Ministro que incentiva o seu povo inteiro a emigrar e vê no desemprego uma oportunidade. Oportunidade, só se for para ele, que o mais próximo que esteve do desemprego foi quando o PSD não tinha cartazes para colar. 
Comemoramos um Ministro da Finanças que, em bom rigor, deveria era estar a bater com a cabeça nas paredes de um manicómio.  Vitor Gaspar é tão bom a decidir como Jorge Jesus a fazer substituições e faz previsões tão acertadas como a Maya, que nem a sua própria falência previu. Mas a culpa nunca é dele. A firmeza de carácter, ou a falta dele, não lhe permite admitir culpas próprias. A culpa ou é de um erro de uma folha de Excel ou, como mais recentemente, é culpa de São Pedro porque a chuva impediu o avanço da construção civil e prejudicou o investimento. O nível de insanidade está no máximo. No entanto, eu a este dou um desconto porque a nossa soberania foi entregue no momento em que pedimos assistência financeira e Portugal é hoje tão soberano como um "puto de 35 anos" que ainda vive às custas dos pais. Só faz o que o deixam fazer, quando o deixam fazer e como o deixam fazer, apesar de ter idade para se governar sozinho. Mas os alemães, porque esses é que interessam, gostam de Vitor Gaspar e, como dizia há dias Mira Amaral do alto da sua sapiência, atestada, qual asno, pela espuma que tem nos cantos da boca, "se os alemães gostam de Vitor Gaspar, os portugueses também têm de gostar". Se Vitor Gaspar me tivesse oferecido um Banco por 40 milhões, eu também gostava dele.  
Comemoramos um Ministro dos Negócios Estrangeiros que quando era Ministro da Defesa decidiu afundar, em dois submarinos, dinheiro suficiente para construir dois hospitais centrais. Mas como os hospitais serviriam os interesses das populações e os submarinos serviram os seus próprios interesses, não hesitou e apostou nos segundos.

Comemoramos uma Justiça que decidiu tirar definitivamente a venda dos olhos e escolher a dedo aqueles que há-de punir. Basta ser-se corrupto e os problemas com a Justiça desaparecem como manteiga em focinho de cão. A Justiça em Portugal absolve todos aqueles que forram os bolsos com os milhões dos contribuintes e manda para a cadeia um pai que furta 4 pães de um supermercado e que seriam o alimento dos filhos durante todo o dia.  
Se é costume dizer-se que tudo tem um preço, Portugal garante que a Justiça também tem o seu, ou não fosse o Procurador-Geral da República, o promotor máximo da acção penal em Portugal, escolhido directamente por aqueles que vai servir: os políticos e a sua teia de interesses.

Comemoramos as famílias sufocadas por impostos e austeridade, por forma a manterem-se abertas as portas das instituições bancárias. Se uma qualquer empresa dever às Finanças, despede-se toda a gente, fecha-se-lhe a porta e condena-se o gerente que deu prioridade aos salários dos colaboradores em detrimento dos impostos. É um bandido.
Mas se se tratar do BPN, vai-se ao bolso do contribuinte, pega-se em 4,5 mil milhões de euros, nacionaliza-se a dívida e depois entrega-se o que resta de bom aos angolanos numa bandeja de prata. Para além disto, ainda temos de levar com a falta de vergonha na cara dos banqueiros: se há um que se esquece de declarar 8,5 milhões ao IRS com a mesma desfaçatez com que um puto de esquece de lavar os dentes, já um outro sai-se com a famosa expressão "ai aguenta, aguenta!", quando perguntado se Portugal aguenta mais austeridade.
Comemoramos os cortes nas reformas, pensões, ordenados e subsídios por forma a que haja dinheiro para negociatas  em empresas públicas e o que no máximo poderá acontecer é o gestor ser despedido com uma pensão milionária e vitalícia, porque a Justiça está ocupada com aqueles que roubam comida para pôr na mesa. Mas aqui já não há bandidos, foram apenas contingências económicas.
Comemoramos um país que dá mais dinheiro, apoios, incentivos e benefícios aos clubes de futebol, do que às instituições de solidariedade social que substituem o Estado na obrigação de cuidar dos mais desfavorecidos.

Comemoramos uma juventude que amanhã comandará este país e para quem "Luix Vax de Kamoes" mais não é do que um dos maiores pesadelos a enfrentar na escola e que não passou de um gajo zarolho que quando fumava umas cenas maradas lhe dava-lhe pra escrever umas tretas que ninguém entende, porque foram escritas em Português. Se pelo menos Kamoes escrevesse com umas abreviaturas e com uns "smiles" a malta ainda era capaz de pescar alguma coisa daquilo. Mas ele era tão aborrecido que nem sequer um único "lol" meteu nas estrofes. Quem é que percebe o que quer dizer "Amor é fogo que arde sem se ver"??? Então não fazia mais sentido dizer "kurtir d 1 babe é tipo krer fumar tipo 1 cena e n ter xqueiro"? 
Se forem para uma das filas à porta do Pavilhão Atlântico (que graças a mais uma negociata se passou a chamar MEO Arena) em dia de concerto dos One Direction e perguntarem por Pessoa, Bocage ou Saramago, ninguém sabe. "Pessoa" é um gajo qualquer por quem passas na rua, "Bocage" era um tipo que contava umas anedotas com palavrões e "Sarampago" é aquela doença que se apanha em puto e que nos deixa cheios daquelas pintinhas que a mãe borrata de mercúrio. "Os Lusíadas"? Não havia nome mais piroso pra dar a uma banda? No entanto, todos sabem de cor a letra do último sucesso da Lady Gaga, pese embora não façam a menor ideia do que aquilo significa, e sabem de que cor o Justin Bieber pintou as unhas da última vez que foi ao psiquiatra. Se não foi, devia ter ido.

Comemoremos, pois então, um país completamente alheado dos seus reais problemas, para quem a realidade não vai muito além de um "Big Brother" e presta mais atenção aos mergulhos do Zé Castelo Branco para uma piscina do que a um programa de informação, opinião ou debate.
Comemoremos uma sociedade para a qual está tudo bem, desde que o pai tenha dinheiro para ir à bola, a mãe tenha dinheiro para ir à cabeleireira e os putos tenham dinheiro para ir aos festivais de Verão...

VIVA O 10 DE JUNHO!!! VIVA PORTUGAL!!!