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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Sobre Cavaco e Mandela - o seu a seu dono

Todos sabem, se não sabem, ficam a saber, que eu não nutro especial carinho pela figura de Cavaco Silva, por motivos que não são para aqui chamados, mas que a nossa História recente relata fielmente. No entanto, até porque procuro ser diferente dele, sou a favor da verdade histórica e do esclarecimento dos factos.

Corre pelas redes sociais e por alguma imprensa, uma história que diz que Cavaco Silva votou contra, em 1987, contra a libertação incondicional de Nelson Mandela. Falso. 

O que acontece aqui, como noutras ocasiões, é que uma mentira contada mil vezes passa a ser verdade e criou-se o mito de que Cavaco Silva votou contra a libertação de Mandela.

A Resolução da ONU que votou a libertação de Mandela foi a A/RES/42/23G e podem encontrar AQUI a votação completa e a lista com o voto, favorável ou desfavorável, de cada país membro da ONU. 

Nesta votação em concreto, votaram apenas contra os EUA , liderado por Ronald Regan, e o seu fiel aliado, o Reino Unido, comandado por Margaret "Iron Lady" Thatcher.
Cavaco Silva não é flor que se cheire, mas não é com calúnias que as pessoas de bem combatem este tipo de gente.

Fica o esclarecimento.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

No fim, pagam sempre os mesmos!

Tivemos ontem notícia que a Comissão Europeia aplicou um total de 1.700 milhões de Euros de multa a 5 bancos e uma correctora, por manipulação das taxas Euribor e Libor.

À primeira vista, isto pode dar a entender que a Comissão Europeia está atenta às movimentações menos claras do mundo da finança e que mantém apertada vigilância sobre os operadores bancários. "Inchem! Fizeram asneira com o nosso dinheiro, agora paguem!" - Foi esta a primeira reacção da populaça.

Nada mais errado. Pelo menos entre 2005 e 2009, as instituições financeiras agora alvo desta "pesada" multa manipularam, de forma concertada, as taxas de juros que servem de indexante, de referência, aos empréstimos concedidos aos clientes, lucrando indevidamente, com essa cartelização, um montante impossível de quantificar, mas que pode facilmente chegar aos 5.000 milhões de Euros. Ou seja, foi este o total global que os clientes com empréstimos bancários pagaram a mais de juros pelos mesmos, durante esse quinquénio.

E então, o que fez a Comissão Europeia para resolver o problema? 
Como todos sabemos, o sector bancário vive dias difíceis; ouvimos quase todos os dias notícias relacionadas com injecções de capital dos Estados em bancos, nacionalizações, riscos de falência e resgates financeiros. Logo, a Comissão Europeia não podia ser demasiado severa com estas instituições bancárias, sob pena de lhes criar um problema de estabilidade que se estenderia a todo o sistema bancário e que os Estados teriam de ajudar a resolver posteriormente porque, como todos sabemos, a minha empresa pode falir, mas um banco não.
Vai daí, a Comissão Europeia decidiu ficar com parte dos lucros dessa cartelização, aplicando a referida multa de 1.700 milhões de Euros, e deixou as instituições financeiras ficarem com o remanescente do saque efectuado à carteira dos seus clientes.

Fica assim resolvido um problema, com lucro para a Comissão Europeia e para as instituições financeiras envolvidas e ninguém vai preso, porque...

NO FIM, PAGAM SEMPRE OS MESMOS!