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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Vida Difícil De Um Gajo Que Quer Ser Ateu...

A actualidade do nosso país tem sido marcada, nas últimas semanas, por discussões à volta de "Praxes", "Duxes", "Tragédia do Meco" e "Quadros do Miró". Mas não é disso que vou falar, até porque, para isso, temos vários especialistas em vida académica, tais como José Sócrates e Miguel Relvas, e em arte, como por exemplo, o Ministério Público.
O tema que vou abordar, apesar de não ser novo, resolveu reaparecer. E não, não me refiro ao Izmailov...
Ora, a Associação Ateísta Portuguesa decidiu voltar a insistir na possibilidade de as pessoas Baptizadas poderem ser Desbaptizadas e anda apelar à Igreja nesse sentido.
Não obstante todas as implicações filosóficas, religiosas e pessoais que o tema encerra, não é isso que me tem preocupado. O que me tem atormentado esta alma de Baptizado-Ateu é a questão logística da coisa.
Ser-se Baptizado é daquelas coisas que fica para sempre, independentemente de um gajo ir pedir ao padre para rasgar o registo e ele aceder. Isso do Desbaptismo é como ir ao Salão Erótico de Lisboa ver as últimas habilidades da Érica Fontes e suas partners e rasgar o bilhete antes de ir para casa, para a mulher não ver. Lá por o bilhete não existir, não quer dizer que um gajo não esteve lá. Com o Baptismo, é a igual; Se estiveste lá, nada o pode apagar. Até porque, mais tarde ou mais cedo, lá vai haver um jantar de família em que um tio teu vai aparecer a gabar-se que conseguiu passar para DVD a filmagem que fez do teu baptizado em VHS e lá vais ter de gramar a pastilha de o ver do princípio até ao fim. Ah! E no fim tens direito a uma cópia.
Mas, se para os Católicos esta coisa de Desbapizar é relativamente simples, noutras religiões a coisa não é bem assim.
Por exemplo, um gajo que seja Judeu e que se queira Desbaptizar para passar à condição de Ateu, enfrenta um problema que, à partida, não é fácil de resolver:
"Ó Shôr Rabino, eu vinha aqui por modo de o shôr me Desbaptizar! Por tanto, faxabôre de rasgar aí os papeis do meu 'Brit Milá' e devolva-me o prepúcio que me gamou há 18 anos."
Pois é. É que o Baptismo Judaico (Brit Milá) é uma cena que deixa marcas físicas permanentes. Já de há uns tempos pra cá que é possível devolver "os três vinténs" às gajas, mas ainda não há notícia de que alguém tivesse conseguido recuperar o "capacete" perdido numa circuncisão, a menos que, no meio de tanto anúncio disparatado, no OLX um dia destes apareça:

VENDO PREPÚCIO COMO NOVO
Poucos quilómetros
Revisões feitas na marca
Muitos extras
Possibilidade de troca por Baptismo

Ilustração:
Jorge Brito Drawings
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