Se estiverem num Centro de Emprego e, de repente, ouvirem "WEEEEEEEEEEEEEE....", desenganem-se. Não é alguém a regozijar-se por ter arranjado emprego. Isso não existe. É um funcionário que está a jogar "Angry Birds" e esqueceu-se de tirar o som do computador. (by Carlos Santos)
Agora há umas mais modernas, mas eu gosto mais destas. |
Alguns de vocês, lembram-se de como que era entrar, aqui há uns anos, numa repartição pública. Era como se entrássemos numa dimensão paralela, onde reinava a desordem e o caos. Hoje em dia é exactamente igual. Mas com senhas. O caos continua lá, mas agora segue a ordem sequencial que as senhas ditam. Transmitem-nos a sensação de estarmos num país Europeu, mas essa sensação acaba mal nos damos conta que a nossa senha tem três dígitos, o monitor marca "senha 001", o funcionário está agora a estacionar e ainda vai tomar café.
As senhas são apenas um exemplo da excepcional evolução
que a função pública tem tido nos últimos anos, ao nível dos recursos. Vivemos na era da internet, onde tudo acontece em tempo real, e a função pública acompanhou os tempos. Pena é que não exista uma aplicação através da qual se possa interagir com as repartições públicas, o que faria todo o sentido, já que o local indicado para se encontrar um funcionário durante o horário de expediente, é no facebook. Isto, se já tiver regressado do café da manhã.
Funcionário Público a trabalhar |
D. Eduarda, uma funcionária ao serviço do utente |
Mas nem tudo é mau. Dou-vos o exemplo da "D. Eduarda", funcionária de uma repartição de finanças. A "D. Eduarda" é daqueles funcionários que nos faz sentir necessidade de lá voltar. Não pela sua simpatia, que é muita, mas porque muito dificilmente nos consegue resolver o problema à primeira. E voltamos lá quantas vezes as necessárias, até a "D. Eduarda" concluir que o nosso problema não é da sua competência, mas sim de um colega que ainda não voltou do almoço. E lá vamos nós outra vez à maquina das senhas.
Se perguntarem à "D. Eduarda" onde fica o "Balcão do IRS", o mais certo é acabarem nos lavabos. E não há ninguém que grite como ela "SENHA 123!!!", depois de voltar do café da tarde.
Há, no entanto, uma coisa que a "D. Eduarda" gostava de fazer e não pode. Ela queria muito poder fugir aos impostos, tal como faz a esmagadora maioria dos grandes empresários e políticos deste país. Ela queria chegar-se ao pé do seu patrão, Vítor Gaspar, e dizer-lhe:
- "Ó chefe. A partir do mês que vem, podia declarar só metade do meu ordenado e pagava-me o resto 'por fora'... É que depois dos descontos que o Ministro das Finanças, esse gatuno, me faz no ordenado, o que fica mal dá para sobreviver...".
Ao que Vítor Gaspar lhe responderia:
- "Secção de Reclamações? Retire uma senha verde e aguarde a vez, que eu agora vou tomar um café..."
Há, no entanto, uma coisa que a "D. Eduarda" gostava de fazer e não pode. Ela queria muito poder fugir aos impostos, tal como faz a esmagadora maioria dos grandes empresários e políticos deste país. Ela queria chegar-se ao pé do seu patrão, Vítor Gaspar, e dizer-lhe:
- "Ó chefe. A partir do mês que vem, podia declarar só metade do meu ordenado e pagava-me o resto 'por fora'... É que depois dos descontos que o Ministro das Finanças, esse gatuno, me faz no ordenado, o que fica mal dá para sobreviver...".
Ao que Vítor Gaspar lhe responderia:
- "Secção de Reclamações? Retire uma senha verde e aguarde a vez, que eu agora vou tomar um café..."
Não podem ser sempre os mesmo a pagar uma crise para a qual não contribuíram... |